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Fabio Pontes
Em tempos que a tese de desenvolvimento sustentável é recorrida permanentemente por conta dos problemas climáticos por que passa o mundo, uma atividade econômica em especial tem procurado mudar sua forma de atuar. Depois de ficarem anos conhecidos como os devastadores da floresta, os madeireiros do Acre agora querem ser lembrados como os manejadores sustentáveis da Amazônia.
Com leis ambientais mais rigorosas e o governo adotando como política de desenvolvimento a sustentabilidade, as madeireiras tiveram que se adaptar à nova realidade. Hoje, no Acre, 80% das indústrias de transformação da madeira trabalham com árvores retiradas de áreas de manejo florestal sustentável. As três grandes madeireiras já pos-suem o FSC, o chamado selo verde, que garante que a empresa trabalha com madeira retirada de manejo.
O Acre tem sido modelo na Amazônia com o trabalho de madeira certificada. Graças a isso, o Estado tornou-se nos últimos anos um dos principais exportadores desse produto. Europa, Ásia e Estados Unidos são os principais compradores. Mas com a crise financeira mundial, as vendas para o exterior praticamente chegaram a zero. O setor amarga prejuízos que chegam a 30%.
O mercado interno tem sido o escape dos empresários. Com os investimentos previstos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) o setor espera recuperar o bom ritmo de vendas verificado até o estouro da crise financeira mundial, em setembro do ano passado. Mas para não con-fiar somente na disposição do Governo Federal e Estadual de realizarem grandes obras, os empresários começam a se preparar para superar o atual momento de crise e também consolidarem seus negócios.
Na última quinta-feira (16), eles se reuniram para discutir a Oficina de Construção da Agenda do Setor Madeireiro Empresarial. Nela, está contida os principais problemas enfrentados pelo setor e que devem ser corrigidos. Um dos entraves a ser superado é a qualificação da mão-de-obra. "É preciso também chamar a atenção dos empresários para o respeito do direito trabalhista. Não adianta somente tirar a madeira de forma sustentável se não há a responsabilidade social", diz Alberto Tavares, o Dante, da WWF Brasil.
A WWF Brasil foi uma das parceiras da construção da Agenda do Setor Madeireiro Empresarial, que foi elaborada pelo Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Estado do Acre), que aglutina os empresários do setor. O papel da ong junto às madeireiras acreanas se dá em duas frentes. A primeira é a de preparação das empresas para que elas possam receber o FSC. Para isso, há todo um processo criterioso por que as madeireiras precisam passar. O número de empresas com o selo verde no Brasil ainda é pequeno.
Uma outra iniciativa da WWF é a elaboração de estudos e pesquisas que garantam a viabilidade e a sustentabilidade da exploração. "Monitoramos as áreas exploradas para saber quais são os impactos ambientais. É preciso ter esse acompanhamento. Não se pode mais ter o conceito de somente explorar, sem garantir que aquela área de recupere. Caso isso não aconteça o próprio negócio estará fadado à falência, pois a madeira é um bem esgotável", pondera Dante.
O trabalho com a madeira de manejo florestal é hoje uma questão de sobrevivência para as madeireiras. O estado de São Paulo, o maior consumidor da madeira acreana, só aceita a entrada da madeiras certificadas. Por dia passam pelas rodovias paulistas mais de 150 caminhões carregados de madeira. O próprio governador José Serra já determinou que madeira ilegal não entra em São Paulo.
Na semana passada o governador Binho Marques e o prefeito Raimundo Angelim também assinaram o termo de compra sustentável, onde governo e prefeitura se comprometem a comprar somente madeiras provenientes de manejo florestal sustentável para as suas obras. A Amazônia e o futuro da humanidade agradecem por atitudes como essa.
Carros vão ganhar selo verde com nível de poluição de cada modelo

Quem for comprar um carro novo vai ter um motivo a mais para escolher o modelo. Dentro de três meses, os veículos de todas as marcas vão ter um selo verde, emitido pelo Ministério do Meio Ambiente, para informar o nível de poluição. A iniciativa foi divulgada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no lançamento do Painel Brasileiro sobre Mudanças Climáticas.
O selo vai ser parecido com o do Inmetro, que hoje identifica qual eletrodoméstico consome mais energia. Dentro de um mês, o ministério vai divulgar uma lista na internet com os modelos de carros mais poluidores. E no mês de julho serão lançados os selos.
"Num primeiro momento, nós vamos botar no site do ministério tudo o que as marcas emitem de poluição, por montadora e por classe de veí-culo", disse o ministro.
Mais uma medida encaminhada pelo ministério é a obrigatoriedade, dentro de um ano, para os veículos que trafegam nas grandes cidades passem por uma vistoria anual, como já ocorre no estado do Rio e na cidade de São Paulo. Numa segunda fase, a medida valerá também regiões urbanas menores, inclusive do interior.
Além de verificar as condições de segurança dos carros, será medida a quantidade de poluentes que estão sendo expelidos. Quem for reprovado no teste, vai ser obrigado a regular o motor, sob pena de multa.
Minc apresentou a resolução na última quarta-feira (15) ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), e espera que a matéria seja aprovada na próxima reunião, em maio, pois o assunto já foi previamente discutido. "Quem não fizer isso em um ano, os carros não são licenciados e ficam ilegais", advertiu.
Segundo o ministro, o objetivo é diminuir a poluição e melhorar as condições do ar que é respirado pela população nas grandes cidades brasileiras, que recebem um número cada vez maior de veículos e têm o problema agravado por causa dos engarrafamentos constantes.

O lançamento do Painel Brasileiro sobre Mudanças Climáticas, uma versão nacio-nal do Painel Internacional para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) ocorreu no Rio de Janeiro. O evento vai reunir 300 cientistas brasileiros, de universidades e centros de pesquisa. O objetivo é aprofundar as análises sobre as mudanças climáticas no país e propor medidas para evitar ou minimizar os efeitos sobre o meio ambiente e a população.
Durante a reunião, Minc criticou a lei aprovada pela Câmara esta semana, liberando de licença ambiental prévia obras de duplicação ou asfaltamento de rodovias já existentes, e disse que vai tentar mudar o texto no Senado. Caso não consiga, afirmou que poderá argüir a inconstitucionalidade da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF).





Data: 21/04/2009

Fonte: A Gazeta

Local: Rio Branco - AC

Link: http://www.agazeta-acre.com.br/

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